Maio, 26 (Dia 0) - A notícia

Eram aproximadamente 10 horas da manhã. Tinha acabado minha aula de Gestão Tributária e tinha voltado para minha sala, quando o celular toca. Não conheci o número, atendi e a pessoa se identificou: Sou fulana de tal, da %$#@%&%, a senhora pode falar agora? (explico o %$#@%&%: eu estava trabalhando e não prestei muita atenção no que a pessoa disse.) Respondi: Pois não, diga. E veio a notícia, que em 1 segundo virou minha vida de cabeça pra baixo: É que temos uma criança no seu perfil e gostaríamos de saber se vocês gostariam de conhecer.

Ahn? Como assim, uma criança? De onde fala, meu Deus? Não acredito! Tudo isso passando na minha cabeça enquanto eu pedia para a moça repetir a informação. Eu quase perguntei se ela tinha certeza, se ela não tinha se enganado, mas não, preferi acreditar que milagres existem. E existem! ela não só repetiu a informação, como completou: um menino, moreno claro, cabelos lisos, aproximadamente 2 meses de vida, chamado Davi. Apaixonei-me instantaneamente, olhos marejados respondi que claro que queria, tinha somente que avisar meu marido, poderia retornar a ligação? (ô pergunta, claro que podia). Meu marido, claro, não acreditou, pensou que estava brincando. Dez minutos tentando convencê-lo, ele dispara: podemos conhecer agora?

Não, infelizmente não podíamos. A agenda de visitação é feita às sextas-feiras, e a da semana já estava lotada. (Cabe lembrar que 26/05 foi segunda-feira). Fiquei arrasada em ter que esperar uma semana para entrar na escala, mas a moça disse para esperar a ligação agendando a visita.

Bom, trabalhar que é bom, impossível! Início da sessão ligações: Telefone da mãe ocupado, fui ligando para pais, irmãos, ninguém acreditando, todos se emocionando. Mãe sabendo por pai, se maldizendo da ligação que a privou de receber a notícia em primeira mão (e chorando, diga-se de passagem)... Bom, já viu que choro foi o que não faltou, né?