Enfim, a ligação do Juizado da Infância, a visita estava confirmada para o dia 30/05, sexta-feira. As dúvidas, perguntas entaladas na garganta, tanta coisa a saber, a querer saber... Mas decidimos viver um dia de cada vez, nada de atropelar os acontecimentos...
Maridão, sempre mais pé no chão que eu, esperava o dia 30 com aparente tranqüilidade (que depois descobri ser uma bela de uma fachada). Dizia para não criarmos grandes expectativas, íamos apenas conhecer o Davi. Eu, por outro lado, já o chamava de meu filho desde o segundo que desliguei o telefone, na segunda-feira de manhã. Como (quase) sempre, ele estava certo, eu devia ter segurado a onda, estava muito agitada, adrenalina nas veias 24 horas por dia, sono mal dormido, uma pilha de nervos... A família? Todo dia, toda hora, ligando para ouvir as mesmas informações: quando? que horas? (na falta de perguntas, minha irmã dispara: vai vestir o quê?). Só eu para aguentar tanta demanda, perguntas infindáveis: quando os tios podem visitar? Quando é o batizado? Vai fazer aniversário de 15 anos ou vai viajar? Falando em viagem, a pergunta que não calava: o que vocês vão fazer com a viagem de férias?
- x - pausa na história da adoção para um breve relato dos nossos ex-planos para julho - x -
Precisamente hoje, 27 de junho, completamos 5 anos de casados. Pela primeira vez, nossas férias coincidiram e em meados de março começamos a planejar uma viagem legal para comemorar esta data. Muito queixo de minha parte, marcamos uma bela viagem de 10 dias para Santiago e Buenos Aires. Também nesse período, um pouco antes ou depois havíamos decidido partir para a adoção. Começamos os 2 projetos ao mesmo tempo (más línguas diziam que o processo de adoção podia levar mais de dois anos: ninguém é muito otimista neste meio).Então, no final de março, já estávamos com passagens e hospedagem pagas, além de cadastro para adoção realizado no Juizado (este no dia 31/03).
Bom, nosso cadastro foi aprovado dia 24 de abril (prazo normal, devidamente avisado pela AS no dia do nosso cadastro) e ficamos curtindo a viagem, contando os dias pro dia 14/07... Tão inocentes! A essa altura, (24 de abril) Davi era nascido (19 dias) e esperava, tranqüilo, o dia que viria para casa...
- x - fim do breve relato dos nossos ex-planos para julho - x -
Partindo da premissa de "viver um dia de cada vez, não alteramos nossos planos de viagem (até porque tínhamos tempo de "manobra", estávamos há 45 dias da viagem). No íntimo, cada um de nós já sabia que não íamos mais viajar, mas ninguém verbalizou o que sentíamos. Em tempo: nem eu nem ele falávamos no cancelamento da viagem, mas a família já berrava aos quatro cantos:
Adiós, amigos!
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